domingo, junho 04, 2006

HUMOR: ARISTÓTELES OMORRIS

As agruras de um enviado

Por Aristóteles Omorris

De Frankfurt

É com muito rancor e ódio no coração que - por ocasião da cobertura especial e bloguesca da Copa do Mundo - volto a trabalhar com o ser desprezível e miserável chamado Francisco Cabral. Esta é a segunda e - tomara Deus - última vez que nossos caminhos se cruzam.

A primeira aconteceu há mais de seis anos, quando a horrenda criatura retirou-me de meu merecido e nababesco ostracismo nas ilhas gregas da Baviera francesa para que eu passasse a fazer parte dos quadros do jornal Folha do Sudoeste, do qual FC era - e desgraçadamente ainda o é - editor.

De muito bom grado aceitei o convite, especialmente pelo passado em comum com os proprietários de tão prestigiosa instituição jornalística. (Nota do titular do blog: Aristóteles Omorris limpou algumas vezes as fossas da casas dos donos do jornal)

Mas se eu soubesse o tipo de tratamento que viria a ter nas mãos de tão virulento jornalista, jamais teria aceitado voltar às lides comezinhas do trabalhar-para-viver, mesmo tendo sido outroramente freqüentador das residências dos dignos proprietários do jornal editado pelo supracitado energúmeno.

Logo na primeira vez que lhe entreguei meu texto quase-semanal, FC - visivelmente vermelho-arroxeado de inveja - disse que precisaria operar algumas alterações em minha coluna. Sob a falsa alegação de que nada do que estava escrito podia ser entendido, solicitou-me que explicasse o que eu queria dizer com cada frase, cada palavra, cada vírgula.

A estranha criatura chegou a implicar com a seguinte - e inspirada - frase: “Hoje está tão quente que tenho vontade de emergir ou mergulhar na água”. Colérico, histérico, apoplético e espumante, o editor disse calmamente: “Emergir e mergulhar significam a mesma coisa”. Para completar o ritual de humilhação, indagou-me, triunfante: “Você já ouviu falar de sinônimo? Acho que nem adianta lhe perguntar de antônimo”.

Ora, ora, ora! Isso é pergunta que se faça a um ser superior como eu? Somente alguém inteiramente ignorante e alienado não teria conhecimento de minha sublime existência. Se me conhecesse não teria se dirigido a mim nesses termos. O apedeuta simplesmente não sabia que eu conhecera pessoalmente não apenas Sinônimo e Antônimo, mas também o outro componente do trio Ônimo, o grande Jerônimo. Fui até padrinho de casamento de um deles!

Que o Diabo lhe carregue, FC! Esta coluna de estréia em seu famigerado blog era para eu falar das minhas primeiras impressões sobre a Alemanha, para onde vim enquanto enviado especial para cobrir a Copa do Mundo. Mas eu precisava desabafar, mostrar a todo o mundo o tipo de pessoa com quem estou trabalhando.

Nem sei por que voltei a escrever meus iluminados textos para ele. Talvez um depósito de dois milhões de dólares em minha conta tenha ajudado, sei lá...

Um comentário:

  1. Anônimo7:15 PM

    Vai embora e cuida da sua vida Aristóteles. Quem precisa de você?

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