quinta-feira, junho 15, 2006

COPA DO MUNDO: IMPRESSÕES SOBRE A PRIMEIRA FASE

Lá se foi a primeira rodada da fase inicial da Copa do Mundo e pelo menos de uma coisa o mundo inteiro está certo. O Brasil é uma fraude. Toda a badalação sobre a Seleção Brasileira não passava de uma crença vã, que acabou desmistificada pela anoréxica vitória sobre a Croácia.

Ah, como é volúvel a vox populi... Colocava suas próprias expectativas e/ou esperanças em algo baseada somente em uma falsa premissa, embebida de uma rodrigueana unanimidade.

Ninguém prestou atenção - ou não acreditou - nas palavras de Carlos Alberto Parreira, que, desde o início da preparação da Seleção, vem dizendo que o time só vai atingir 100% de sua capacidade a partir da segunda fase.

Pode-se questionar uma preparação que vise o auge a partir de uma etapa em cuja presença não se esteja garantido. Mas não foi por omissão dos manda-chuvas do selecionado campeão do mundo que não fomos avisados da realidade.

A fase de preparação priorizou o aspecto físico dos jogadores, a maioria extenuada ao final de mais uma desgastante temporada européia. Aconteceu o que se convencionou chamar nos CTs brasileiros de intertemporada. E, como sempre ocorre durante esse período - e pouco depois dele -, os atletas ainda estão pesados, não estão soltos, ainda estão a caminho da forma ideal para praticar seu melhor futebol.

É assim que a comissão técnica brasileira age desde 1994. Os atuais preparadores físicos da Seleção estão por lá desde o início dos anos 90. De lá para cá chegamos a três finais de Copa do Mundo (ganhamos duas), quatro de Copa América (ganhamos três) e três de Copa das Confederações (ganhamos duas), para ficarmos nas competições mais importantes e de características parecidas.

Basta fazer um esforço de memória ou buscar nos arquivos históricos que se perceberá que a regra é o time começar devagar, mas quase sempre vencendo, e ir crescendo ao longo do torneio. Passa-se um susto aqui e ali, mas a estratégia mostrou-se vitoriosa.

O que não significa que tenho certeza do hexa este ano. O ponto é que não há motivo nem para euforia tresloucada nem para depressão profunda. Não há nada de novo sob o Sol. Tudo acontece conforme o planejado. Talvez só a inexplicável apatia de Ronaldo esteja fora dos eixos.

Sobre as outras seleções, a primeira rodada apresentou uma Espanha fulminante. Esse filme já foi visto em festivais, ou melhor, em mundiais anteriores. Convém aguardar. Deve-se sempre desconfiar dos espanhóis.

A República Tcheca, a outra equipe que deixou boa impressão inicial, também precisa ser vista mais vezes antes que se diga que “pintou o favorito”. Quem sabe esses times que começaram bem não tenham feito uma preparação para atingir seu auge no início? Caso alguém tenha optado por essa alternativa, há fortes possibilidades de não ir longe na Copa, pois a fase de declínio físico é inevitável.

No mais, os favoritos de antes de 9 de junho continuam favoritos, mas com menção de deslouvor à França, que parece ter se acostumado a claudicar.

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