quinta-feira, junho 01, 2006

FUTEBOL: QUADRADO É O PARREIRA

O chamado Quadrado Mágico para iniciar a Copa do Mundo é formado por Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Adriano. Sua adoção representa uma verdadeira revolução, pois o técnico Carlos Alberto Parreira sempre foi conhecido por seu, digamos, excesso de cautela e conservadorismo. Com pequenas variações em sua composição, o Quadrado vem sendo utilizado há mais de um ano. Com sucesso.

Mas não tenham dúvida que, ao primeiro sinal de perigo, Parreira vai ressuscitar o Triângulo Trágico, ou seja, vai voltar a jogar com três volantes e tirar um dos componentes do quarteto ofensivo.

O que pode configurar um sinal de perigo, na cabeça do treinador canarinho? Talvez um empate com a Croácia no primeiro jogo (ou mesmo uma vitória por 3 a 2 ou 4 a 3), perda de pontos para Austrália ou Japão, defesa muito exposta ou contusão de um dos "mágicos".

Na verdade Parreira parece estar torcendo pelo surgimento de um pretexto para tornar o time mais defensivo. Mas o Barcelona, que este ano faturou o Campeonato Espanhol e a Liga dos Campeões da Europa, provou que um time, para ser equilibrado e seguro, não precisa congestionar o meio-campo com volantes.

O time de Frank Rijkaard joga no velho 4-3-3 e, em muitas partidas, usou apenas um volante e cinco jogadores de vocação ofensiva. Isso mesmo: um quinteto, ainda que não-mágico. Mas eficiente. E esse volante único não era um brucutu: tratava-se do habilidoso e refinado Xavi.

E o time ficou mais vulnerável atrás? Que nada! O Barça teve o ataque mais positivo e a defesa menos vazada do Espanhol, mesmo tendo na defensiva um goleiro inseguro (Valdez) e um zagueiro grosso e estabanado (Puyol).

Se não fosse tão orgulhoso e cabeça-dura, Parreira poderia simplesmente copiar o esquema de Rijkaard e escalar a Seleção num 4-3-3 em que, como no time da Catalunha, todos ajudassem na marcação.

E, já que estou por aqui, deixo minha Seleção ideal para um 4-3-3 à Barcelona: Rogério Ceni; Cicinho, Alex (PSV), Luisão e Roberto Carlos; Juninho Pernambucano, Kaká e Alex (Fenerbahçe - assim mesmo, com cedilha); Adriano, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho.

Nenhum brucutu, nenhum grosso. Afinal, para marcar é preciso cercar, apertar. Isso qualquer craque pode fazer. A marcação serve para induzir o adversário ao erro. Esse negócio de matar a jogada com falta só dá chance ao rival de colocar em prática seus esquemas de bola parada.

Robinho seria meu 12º jogador, sempre revezando com esse pessoal da frente. Acho que valeria a pena pelo menos testar um time desses. No mínimo, ia ser bem divertido vê-lo em campo.

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