- Velho Prato, o Aristóteles tá espalhando por aí que tem curso superior.
- O Totó? O Omorris? Ele tá de brincadeira, idoso Pipo.
- Ele entrou pelo sistema de cotas.
- Mas ele se diz branco e racista...
- Entrou na cota pra viado.
- AHAHAHAHAHAH!!!
- Ah, se no meu tempo tivesse esse troço...
- Tu ia entrar por qual critério? Cota pra feio?
- É! E tu ia na cota pra corno!
- AHAHAHAHAHAH!!!
- Trem besta esse negócio de cota, né não?
- Ué, por quê?
- Ora, discriminação de Estado é coisa do Apartheid, do antigo sul dos Estados Unidos ou da Alemanha do Hitler.
- Mas como compensar os séculos de escravidão dos negros?
- Não se pode justificar erros do presente com erros do passado, porra!
- Mas as elites deixaram os negros no atraso. Tem que haver uma forma de facilitar a eles pelo menos o acesso ao ensino superior.
- Todos são iguais perante a lei. A Constituição garante tratamento igual pra todo mundo. O problema está na merda do Estado, que não consegue garantir ensino público e gratuito de qualidade pra quem tá no básico e no médio, pô! Isso é que precisa ser corrigido.
- Mas enquanto esse ideal não for alcançado, precisamos dar um jeito de remediar as coisas.
- Daí a merda do Estado se acomoda e nunca conserta o essencial. Vai ficar só mexendo com o acessório. Ah, vai t...
- Que ao menos se criem cotas para as pessoas carentes. Na faixa mais baixa de renda é que tão os negros...
- É a mesma merda, porra!
- Não. Entre os pobres tem gente de todas as raças e...
- Tu vai atacar os efeitos e deixar a causa quietinha, tranqüilinha, deitada na rede, tomando água de coco e olhando a mulherada na praia.
- A causa é lésbica?
- Ah, vai te f...
- Calma, calma...
- Pobre, rico, preto, pardo, branco, índio, viado, perneta... todo mundo precisa freqüentar escolas de ensino fundamental e médio de boa qualidade, sejam particulares ou públicas. Aí todos vão entrar no filtro pra faculdade em pé de igualdade. Sistema de cota é discriminação, além de ajudar a esculhambar ainda mais nosso ensino superior.
- Tu é um racista podre.
- Ah, vai tom...
- Vai você primeiro!
- Tá bom. Então vamo pro buteco porque ainda tem muito podre do Totó pra gente colocar em dia.
- Agora tu falou bonito. Sabia que foi o Lorde Byron que fez a prova do vestibular pro Totó?
- O macaco dele?
- O próprio.
Pratão e Pipócrates se auto-intitulam “filósofos de rua” e não concordam em nada, exceto no desprezo visceral a Aristóteles Omorris
segunda-feira, maio 26, 2008
sexta-feira, maio 09, 2008
CERTO ESTÁ O JOEL, QUE SE MANDOU PRA ÁFRICA DO SUL
Logo depois da final do Campeonato Carioca (maravilhosos 3 a 1, de virada, sobre o Botafogo, dia 4 de maio de 2008) eu comecei a pensar em um texto retumbantemente ufanista, laudatório e completamente imparcial sobre a (mais uma) conquista do Flamengo.
Eu poderia ter batido bem doído não só no Botafogo, mas também, de passagem, no Vasco e no Fluminense. Falaria que o time da lacrimosa estrela solitária tornou-se um viceado, tal qual o clube de São Januário. Enfim, na noite de domingo ou no mais tardar na segunda-feira eu escreveria que o vício ao vice estava se espalhando entre nossos rivais.
O tricolor das Laranjeiras não entraria apenas de gaiato na história. Afinal, o rubro-negro chegou ao seu 30º título estadual, igualando-se à purpurinada turma do pó-de-arroz. Na verdade, na média, já éramos há muito tempo os grandes papões de título no Rio, pois, quando o Flamengo começou a jogar futebol, em 1912, o Fluminense e o Botafogo já haviam conquistado vários campeonatos.
Mas eis que alguns contratempos impediram-me de postar um texto dessa estirpe no domingo, na segunda, na terça... Quando chegou a quarta-feira, bem, aí já haveria o jogo com o América do México que meramente sacramentaria nossa classificação para as quartas-de-final da Copa Libertadores.
Maracanã cheio, classificação quase garantida pelos 4 a 2 que uma semana antes havíamos aplicado na altitude da capital mexicana, despedida de Joel Santana, o misto de mago e treinador, já contratado pela seleção da África do Sul, enfim, tudo preparado para mais uma festa.
Bem, houve festa... mas com maracas e mariachis. Podíamos perder até por 2 a 0. Foi 3 a 0 pros hombres. Meu triunfante texto havia definitivamente ido para o vinagre.
Depois da noite de quarta-feira, dia 7 de maio de 2008, vexame histórico consolidado, o único lugar em que eu gostaria de estar era na bagagem do Joel. África do Sul, lá vamos nós!
Eu poderia ter batido bem doído não só no Botafogo, mas também, de passagem, no Vasco e no Fluminense. Falaria que o time da lacrimosa estrela solitária tornou-se um viceado, tal qual o clube de São Januário. Enfim, na noite de domingo ou no mais tardar na segunda-feira eu escreveria que o vício ao vice estava se espalhando entre nossos rivais.
O tricolor das Laranjeiras não entraria apenas de gaiato na história. Afinal, o rubro-negro chegou ao seu 30º título estadual, igualando-se à purpurinada turma do pó-de-arroz. Na verdade, na média, já éramos há muito tempo os grandes papões de título no Rio, pois, quando o Flamengo começou a jogar futebol, em 1912, o Fluminense e o Botafogo já haviam conquistado vários campeonatos.
Mas eis que alguns contratempos impediram-me de postar um texto dessa estirpe no domingo, na segunda, na terça... Quando chegou a quarta-feira, bem, aí já haveria o jogo com o América do México que meramente sacramentaria nossa classificação para as quartas-de-final da Copa Libertadores.
Maracanã cheio, classificação quase garantida pelos 4 a 2 que uma semana antes havíamos aplicado na altitude da capital mexicana, despedida de Joel Santana, o misto de mago e treinador, já contratado pela seleção da África do Sul, enfim, tudo preparado para mais uma festa.
Bem, houve festa... mas com maracas e mariachis. Podíamos perder até por 2 a 0. Foi 3 a 0 pros hombres. Meu triunfante texto havia definitivamente ido para o vinagre.
Depois da noite de quarta-feira, dia 7 de maio de 2008, vexame histórico consolidado, o único lugar em que eu gostaria de estar era na bagagem do Joel. África do Sul, lá vamos nós!
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