quinta-feira, julho 13, 2006

COPA DO MUNDO: CONCLUSÕES, DEDUÇÕES, COINCIDÊNCIAS, PLATITUDES E OUTRAS COISAS

• O quarto árbitro que dedurou a cabeçada de Zidane em Materazzi era o espanhol Luis Medina Cantalejo, que garante ter visto o bizarro lance ao vivo. A Fifa proíbe o uso de recursos visuais eletrônicos para em decisões de arbitragem. Se Cantalejo dissesse que tinha visto a agressão em um monitor de TV qualquer e depois comunicado o fato ao juiz argentino, ele certamente seria punido pela entidade máxima do futebol mundial. O que importa é que sua interferência pode ter influenciado o resultado do jogo e da Copa, pois a França era claramente melhor que a Itália desde o início do segundo tempo. Zizou foi expulso no início da segunda parte da prorrogação.

• Luiz Medina Cantalejo foi o árbitro da partida que classificou a Itália para as quartas-de-final. Pelas oitavas, o jogo estava duro. Um zero a zero que parecia para sempre, pois era um encontro de duas equipes retranqueiras. Materazzi havia sido expulso e Buffon trabalhava mais que o goleiro australiano. Mas aos 47, ou seja, já nos acréscimos do segundo tempo, o lateral-esquerdo Grosso se jogou na área. Cantalejo não pestanejou. Decidiu que era pênalti. Totti bateu, fez o gol da classificação e colocou estranhamente o polegar na boca. Foi a primeira atuação "heróica" de Grosso no mundial, mas muito bem coadjuvado pelo sempre providencial Cantalejo.

• Os italianos já haviam sido beneficiados por decisões equivocadas da arbitragem em sua estréia na Copa. No jogo em que perdeu de 2 a 0 para a Itália, a seleção de Gana teve dois pênaltis claros não marcados pelo brasileiro Carlos Eugênio Simon. Parece que estava todo mundo de consciência pesada por causa dos erros que prejudicaram a Azzurra no mundial anterior.

• Os europeus em geral têm que aproveitar muito bem os próximos quatro anos, pois, levando-se em consideração o retrospecto histórico, eles não verão alguma de suas seleções levantar a taça Fifa por um bom tempo. Explico: nenhuma seleção européia ganhou a Copa quando esta foi disputada fora da Europa. Em 1930, no Uruguai, deu Uruguai; 1950, no Brasil, os uruguaios venceram novamente; 1962, no Chile, deu Brasil; 1970, no México, Seleção Brasileira outra vez; 1978, na Argentina, taça pra eles; 1986, no México de novo, agora com vitória argentina; 1994, nos Estados Unidos, tetra do Brasil, e em 2002, na Coréia do Sul e no Japão, deu Família Scolari. Como a Fifa adotou o rodízio de continentes para definir as sedes dos mundiais, a próxima Copa na Europa deverá ser realizada somente em 2030. Em 2010 será na África; 2014, América do Sul (provavelmente Brasil); 2018, Oceania; 2022, Américas Central, do Norte e Caribe, e 2026, Ásia. Como o Uruguai está morto e o Brasil ganha mais mundiais que a Argentina, é provável que, quando a Copa estiver de volta à Europa, a Seleção Brasileira já seja ênea ou decampeã.

• Moto perpétuo: México e Espanha mais uma vez chegaram cheios de planos, botando banca e parecendo gente grande. Foram embora mais cedo. Como sempre. Eternos cavalos paraguaios das copas, eles têm que se conformar com o papel de figurante tenazmente exercido por Suécia, Polônia, Suíça, Paraguai, Estados Unidos, Escócia, Bulgária, Áustria, Bélgica, Rússia e várias outras que também costumam faltar a alguns mundiais, mas logo estão de volta para servir para aumentar ou diminuir o saldo de gols dos favoritos. Mas outras equipes metidas a grande também não podem falar muito grosso não. Afinal, Inglaterra e Holanda há muito tempo chegam às copas credenciadas, cheias de "estrelas", mas no fim sempre sucumbem. Falta aquele algo mais - que a França parece ter encontrado - para atingir o patamar em que se encontram Brasil, Itália, Alemanha e Argentina.

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