terça-feira, julho 31, 2007

ARISTÓTELES ANOTADO

Prefácio do editor

A última coluna a nós enviada pelo insigne Aristóteles Omorris foi interceptada pelos nossos colaboradores Pratão e Pipócrates. Por engano, o e-mail de Omorris foi parar na caixa de entrada da dupla. Deve ter sido por causa dos problemas etílicos de Lorde Byron, o macaco de estimação de Aristóteles. Por não entender nada de computador, o colunista delega a Lorde Byron suas tarefas cibernéticas.

Bem, Pratão e Pipócrates, agindo dentro da ética e da razão, enviaram pra gente a coluna extraviada. Claro que eles não resistiram a ler antes de todo mundo o que o velho - e bota velho nisso - colunista escreveu. E, extremamente críticos como são, também é óbvio que não resistiram e fizeram diversas observações sobre o texto.

Como as anotações da dupla ajudam sobremaneira a elucidar a mente de Aristóteles Omorris e funcionam como um belíssimo complemento ao texto principal, este blog considerou que seria interessante e oportuno publicar a coluna com as anotações (em vermelho) feitas por Pratão e Pipócrates. Afinal, em nosso contrato com Omorris não há nenhuma cláusula que impeça que o publiquemos desta maneira.


Genésio e a gênese

Aristóteles Omorris

Aqui, agora - Completamente extenuado (coitadinha dela...) devido à confecção de minha coluna no mês retrasado (na verdade faz mais de dois meses que esse babaca não escreve porra nenhuma!), resolvi passar uns dias repousantes e revigorantes nas ilhas Kerumacho (?!), que, em idioma nativo, significa Terra do Sol Poente (no caso do Totó, o poente deve ter sido um negão, rirrirri!).

Ainda não estava refeito do esforço recentemente despendido quando fui solicitado pelo ser assombrosamente repugnante (pô, não fala assim do nosso chefinho! Aliás, há quantos dez minutos não temos um aumento?) que se diz o titular-dono-editor-proprietário-chefão-manda-chuva deste naco de ciberespaço a escrever um novo texto (o macaco continua aprendendo palavras novas pra ele). Apesar de me sentir altamente ofendido por ter sido instado a cumprir meu contrato (que nem “estrela” do futebol brasileiro), atendi aos apelos do canalha exclusivamente em respeito aos meus seletos leitores (isso: selecionados nas melhores instituições psiquiátricas).

Certo dia, estava eu a dar palpites na criação do mundo (aviso a todos que o sujeitinho escreve e fala essas coisas sem ficar vermelho), quando de súbito veio a vontade de parar de viver virtualmente agarrado ao divino saco. Então juntei o resto da turma do fundão, que tinha o Lúcifer e os espíritos dos futuros Hitler, Mussolini, Stálin e Collor, e decidimos quebrar aquela tradição careta e conservadora (porra! Agora o mal é de esquerda?). Também, o Cara não aproveitava nenhuma das minhas idéias e nem as dos meus camaradinhas (se dependesse das suas idéias, Totó, o mundo seria um eterno programa do Chaves – aquele do Chapolim). Falei: "Vossa Auto-suficiência, negócio é o seguinte: acho que tá na hora da gente seguir nosso caminho". Ele sorriu daquele jeito paternal dele e não falou nada. Quem cala consente. A gente se mandou (Foi então que o Supremo Chapa parou de sorrir. E começou a gargalhar. De alívio principalmente).

Sob minha liderança, nosso grupo decidiu vir à Terra, onde moldaríamos uma sociedade perfeita. Para começar, era preciso criar um clima aprazível (foi quando surgiram os furacões e os tornados, além das frentes frias que vêm da Argentina...). Depois era necessário povoar o mundo das mais belas criaturas (vieram os jacarés, os vermes, o cheiro do gambá e a família Omorris). Por fim, escolhemos os humanos para que fossem os mais inteligentes entre os seres vivos do planeta (ah, então está explicado: Totó e os caras que desceram com eles não são humanos. Como desde então permaneceram vivos na face da Terra...).

De acordo com a tradição, o populacho trocou Jesus por Genésio (tá na Bíblia, Totó?). Ou seja, a plebe tem o hábito de se voltar contra aqueles que existem somente para ajudar a evolução humana. Conosco não foi diferente. Todos nós fomos execrados e/ou rechaçados e/ou eliminados por uma gente que não estava preparada para o que tínhamos a oferecer (peraí! Vocês que se cansaram de puxar o Divino Saco tinham mais a oferecer? O que viria a seguir? O corte do fornecimento de oxigênio?).

Num momento de magnanimidade (caprichou, hein, Lorde Byron?), decidi não retaliar contra a sociedade humana (ufa!). Preferi recolher-me a uma profunda reflexão (talvez fosse melhor tomar um laxante, rirrirri) com o fito de absorver o baque e definir quais serão meus próximos passos na direção de um trabalho em prol da evolução da humanidade, ainda que esta me tenha sido extremamente ingrata (não fica assim, Totó. A gente reconhece seu esforço. Por isso torcemos por você. Torcemos para que você encontre logo seu merecido e eterno descanso).

Aristóteles Omorris foi Caim em uma encarnação passada

Um comentário:

  1. Deveras corruptível o legado de nosso indestimável Omorris. Invejáveis são seus poderes de manipular a Coisa que existe e delegar a hierarquia das criaturas da Natureza. Porém ainda me pergunto: seria palatável aceitar que um ser de tamanho esplendor utilize de senhor Lord Byron para redigir suas missivas? Há algo de poético em deixar que a dupla do Prato e da Pipoca continuem com suas intermitentes afrontas? Perante esses e outros aspectos de vossa interminável jornada, ilustríssimo Omorris, não há como não concluir que suas práticas são condizentes com aquelas aferidas a coliformes e representantes nematelmínticos do reino animal. Nesse ponto, acreditando que vossa faculdade intelectual encontre alguma impedância cognitiva no sentido de interpretar a mensagem que quero te enviar, sinto-me na posição de traduzir no dialeto cotidiano minhas intensões nesse delongado bilhete: mas tu és tapado, hein!?

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