
Clinton e os democratas venceram e ficaram no poder até o início de 2001, pois nas eleições de 2000 o candidato da situação, Al Gore, foi roubado na apuração dos votos. “Ganhou” George W. Bush, o Bush filho.
De volta ao poder, agora como vice-presidente, Dick Cheney finalmente poderia tirar do papel os planos elaborados pelas mais maléficas cabeças republicanas e transformá-los em realidade. E o impulso/pretexto/desculpa/oportunidade perfeito para isso foi o múltiplo atentando aéreo da Al Qaeda, o famoso 11 de setembro de 2001.
A invasão do Afeganistão e, mais tarde, a guerra no Iraque, propiciou às empresas amigas dos republicanos contratos mais que generosos. Em várias dessas companhias petrolíferas, construtoras, de segurança etc. os membros do governo Bush tiveram participação acionária e até cargos de diretoria. Bilhões e bilhões de dólares migraram do Oriente Médio para a Gringolândia.
Mais do que amigas do poder, tais empresas compartilhavam com o grupo titular da Casa Branca uma visão messiânica das coisas, em que o Cristo salvador eram os Estados Unidos. Com o discurso de que realizavam a vontade de Deus, justificavam as maiores barbaridades contra afegães, iraquianos e outros povos “não-escolhidos”.
É nesse contexto que se insere a Blackwater, a mais poderosa e influente empresa de segurança a manter contratos com o governo estadunidense. Seu dono e fundador, o jovem Erik Prince, cristão fervoroso, embora católico (ou seja, minoria entre os próceres da potência do norte das Américas) e a vertiginosamente ascendente trajetória da Blackwater são os personagens principais do livro de Jeremy Scahill. Mas o que interessa mais é o pano de fundo. É saber o que move e o que pensam as pessoas que mandam no país mais poderoso do mundo. É perceber que elas agem e se justificam utilizando-se de quase as mesmas palavras proferidas pela Al Qaeda, pelo Hizbollah, pelo Hamas, enfim, por todos aqueles que elas juram odiar e/ou combater.
É... As teocracias são bem piores que as outras cracias, pois nestas não há como debitar tudo na conta de um ser etéreo, sobrenatural e – sei lá – inexistente.
Quem quiser saber mais sobre o livro e a respeito de como é que fica essa situação com Obama no poder é só clicar aqui.
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