quarta-feira, fevereiro 04, 2009

DICA DE LIVRO: BLACKWATER

Não tivesse sido derrotado por Bill Clinton em 1992, o então presidente norte-americano, George H. Bush, teria, num hipotético segundo mandato, colocado em prática as ideias de seu secretário (ministro, para nós) Dick Cheney. O que o grupo do Bush pai queria fazer? Só privatizar as guerras que os Estados Unidos promoviam, promovem e continuarão a promover mundo afora. Só isso...

Clinton e os democratas venceram e ficaram no poder até o início de 2001, pois nas eleições de 2000 o candidato da situação, Al Gore, foi roubado na apuração dos votos. “Ganhou” George W. Bush, o Bush filho.

De volta ao poder, agora como vice-presidente, Dick Cheney finalmente poderia tirar do papel os planos elaborados pelas mais maléficas cabeças republicanas e transformá-los em realidade. E o impulso/pretexto/desculpa/oportunidade perfeito para isso foi o múltiplo atentando aéreo da Al Qaeda, o famoso 11 de setembro de 2001.

A invasão do Afeganistão e, mais tarde, a guerra no Iraque, propiciou às empresas amigas dos republicanos contratos mais que generosos. Em várias dessas companhias petrolíferas, construtoras, de segurança etc. os membros do governo Bush tiveram participação acionária e até cargos de diretoria. Bilhões e bilhões de dólares migraram do Oriente Médio para a Gringolândia.

Mais do que amigas do poder, tais empresas compartilhavam com o grupo titular da Casa Branca uma visão messiânica das coisas, em que o Cristo salvador eram os Estados Unidos. Com o discurso de que realizavam a vontade de Deus, justificavam as maiores barbaridades contra afegães, iraquianos e outros povos “não-escolhidos”.

É nesse contexto que se insere a Blackwater, a mais poderosa e influente empresa de segurança a manter contratos com o governo estadunidense. Seu dono e fundador, o jovem Erik Prince, cristão fervoroso, embora católico (ou seja, minoria entre os próceres da potência do norte das Américas) e a vertiginosamente ascendente trajetória da Blackwater são os personagens principais do livro de Jeremy Scahill. Mas o que interessa mais é o pano de fundo. É saber o que move e o que pensam as pessoas que mandam no país mais poderoso do mundo. É perceber que elas agem e se justificam utilizando-se de quase as mesmas palavras proferidas pela Al Qaeda, pelo Hizbollah, pelo Hamas, enfim, por todos aqueles que elas juram odiar e/ou combater.

É... As teocracias são bem piores que as outras cracias, pois nestas não há como debitar tudo na conta de um ser etéreo, sobrenatural e – sei lá – inexistente.

Quem quiser saber mais sobre o livro e a respeito de como é que fica essa situação com Obama no poder é só clicar aqui.

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